TRÂNSITOS FRONTEIRIÇOS DE PESSOAS TRANSGÊNEROS

QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS

Resumo

Durante décadas os estudos sobre trânsitos migratórios conceberam os migrantes como uma massa uniforme. Essa perspectiva se fazia incapaz de compreender as peculiaridades da experiência migratória decorrentes dos recortes de gênero, raça, etnia, etc., razão pela qual cresceu o número de pesquisas destinadas a realizar essa análise. Esta proposta se justifica na lacuna teórica acerca dos trânsitos migratórios de pessoas transgêneros, entendidas como aquelas que não estão de acordo ao gênero que lhes foi socialmente imposto. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar algumas questões referentes à migração de sujeitos transgêneros na contemporaneidade, especialmente diante do contexto pandêmico. Assim, inicia conceituando gênero, cisgênero e transgênero a partir de Butler (2004), Preciado (2004) e Jesus (2012). Logo, discute sobre as implicações de ser transgênero na atualidade, tomando por base o Brasil e os dados produzidos pela ANTRA (2021). Finalmente, recorre a Fonseca (2020) e Vale (2005) para tecer algumas considerações relacionadas à migração de pessoas transgêneros, expondo como a pandemia agudizou a segregação sofrida por essa população. Conclui que os fatores que influenciam a experiência migratória de transindivíduos são múltiplos, razão pela qual devem ser incentivadas pesquisas voltadas a compreendê-los. Apenas a partir desse trabalho poderá se articular a efetiva inserção social dos imigrantes transgêneros.