EUA E TRUMP
COMO O NACIONALISMO INFLUENCIOU A BALANÇA DE PODER MUNDIAL
DOI:
https://doi.org/10.59731/vol1iss3pp22-41Palavras-chave:
Nacionalismo, Trump, Potências globais, Ordem internacional, Balança de poderResumo
A tese central do artigo é demonstrar que a ascensão de nacionalismos, mormente no século XXI, quando incide sobre uma grande potência, pode provocar mudanças na balança geopolítica global. Isso que ficou evidenciado com os rompantes nacionalistas da gestão Trump nos EUA, que, em alguma medida permitiram um maior protagonismo da Rússia no Oriente Médio (Síria e Norte da África), da China no Indo-Pacífico; como também gerou remodelações estratégicas como a tentativa de criação de um exército europeu sugerida por Macron, diante da postura pouco amistosa de Trump nas cúpulas da OTAN. Essa conjuntura nacionalista dialoga diretamente com as posturas de realismo clássico de Carr e Monghentau à medida que o interesse nacional parece ser o meio eficaz para projetar poder e influência no mundo. Ao mesmo tempo, faz emergir abordagens mais pragmáticas em que a defesa do multilateralismo e solução pacífica de controvérsias são verdadeiros pilares, como é a tradicional postura dos BRICS; dialogando com os ideais das teorias liberais de RI, pois alguns atores internacionais diante de posturas ufanistas almejam a vigilância do direito internacional e da cooperação como forma de manter seu status quo. O artigo não deixa de tangenciar, em sua análise e nas reações dos atores diante do nacionalismo exacerbado, as teorias pós-positivistas de RI, pois temas como a co-constituição da cena internacional à medida que a “anarquia é o que os estados fazem dela” parece ser reconstruída pelas diretrizes e desejos de novas lideranças globais; ou o pós-colonialismo, que é assunto recorrente diante das tentativas de imposição de vontade de uma grande potência perante estados com menor peso econômico, como são os argumentos de Venezuela e Irã diante das sanções norte-americanas; ou o feminismo que, por vezes, é abordado pelas alas conservadoras de partidos ultranacionalistas pelo viés de redução do papel da mulher da sociedade. Verifica-se que o artigo, ao trazer um tema atual, faz uma ligação considerável com diferentes abordagens teóricas das RIs.
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